Fungos fazem mal para a saúde? Nem sempre

 

Os fungos estão em toda parte: no ar, em alimentos, em medicamentos e até mesmo no nosso corpo. Mas será que eles são sempre os vilões para a saúde? A resposta é mais equilibrada do que parece.

Como muitos elementos da natureza, os fungos têm pontos positivos e negativos. Ao mesmo tempo que alguns podem causar doenças e intoxicações alimentares, outros trazem benefícios para a saúde, como os que fazem parte da fermentação e produção de alimentos, bebidas e até de antibióticos, por exemplo.

Vamos entender mais sobre os dois lados dessa história?

Fungos prejudiciais à saúde: micoses e intoxicação alimentar

Sim, os fungos estão vivendo naturalmente em nosso corpo – especialmente na pele, boca, trato gastrointestinal e mucosas. No entanto, quando há desequilíbrio, eles podem se proliferar e causar infecções, como as micoses. Os fatores de risco mais comuns são:

  • Ambientes quentes e úmidos;
  • Uso excessivo de antibióticos;
  • Sistema imunológico comprometido;
  • Higiene inadequada;

Consumo elevado de açúcar.

Além disso, há sempre aquela dúvida em torno dos alimentos com fungos proliferados – os famosos mofos: podem ser consumidos, mesmo após retirar a parte comprometida?

Ao contrário do que muitos pensam, retirar apenas a parte visível do mofo não elimina o problema, já que o fungo pode comprometer todo o alimento sem ser percebido a olho nu. Por isso, fique atento ao cheiro e à cor – principalmente bolores pretos, rosados, azuis, verdes e cinzas.

A orientação é clara: alimento com mofo deve ser descartado (com exceção de queijos com fungos controlados, como o roquefort ou brie).

Fungos benéficos: aliados na fermentação, probióticos e saúde

Agora, por outro lado, muitos fungos desempenham um papel importante na nossa alimentação e até mesmo na saúde. Isso porque fazem parte da fermentação de várias bebidas e alimentos do nosso dia a dia, além do saboroso cogumelo, presente em tantas receitas.

Alimentos que contam com fungos em sua produção:

  • Pães;
  • Queijos – como o roquefort e camembert;
  • Vinhos;
  • Cervejas.

No processo de fermentação, fungos como as leveduras (Saccharomyces cerevisiae) transformam açúcares em gás carbônico e álcool, melhorando o sabor, a textura e contribuindo com a preservação do alimento. No caso dos pães, por exemplo, os fungos ajudam no crescimento de uma massa mais leve e saborosa.

E tem mais: algumas leveduras são classificadas como probióticos, microrganismos com propriedades benéficas para a saúde. Veja algumas:

  • Auxílio no equilíbrio da flora intestinal;
  • Melhora na digestão de leite e derivados;
  • Fortalecimento da imunidade;
  • Aumento na absorção de vitaminas do complexo B, cálcio e ferro;
  • Redução de processos inflamatórios.

Você sabia?

Grande parte dos antibióticos – como a penicilina, por exemplo – foram originalmente descobertos a partir dos fungos. Isso reforça a importância desses organismos não apenas na nutrição, mas também para a saúde através da medicina moderna.

 

Como aproveitar os benefícios e evitar os riscos?

Como em quase tudo na vida, o segredo está no equilíbrio. Os fungos não são vilões por natureza, mas também não podem ser subestimados.

Dicas para o dia a dia:

  • Armazene os alimentos corretamente e dentro da validade;
  • Não consuma produtos mofados, mesmo parcialmente;
  • Prefira alimentos fermentados produzidos de forma segura e controlada;
  • Em caso de infecções por fungos, evite a automedicação e busque orientação médica.

Cuidar da saúde também é saber diferenciar o que pode ajudar ou prejudicar a sua saúde. Os fungos estão por aí — e agora que você conhece seus dois lados, pode fazer escolhas mais seguras e conscientes.

Fontes: UFSM – Universidade Federal de Santa MariaBiblioteca Virtual em SaúdeUNESP – Universidade Estadual PaulistaOrganização das Nações Unidas para Agricultura e AlimentaçãoUFLA – Universidade Federal de Lavras

Revisão técnica: equipe médica da Unimed do Brasil


Compartilhe:


Comentários:

Instagram

Facebook